o espaço público é de todos, mesmo dos que não praticam desporto

manda a moderna transparência que todas as operações efectuadas pelo município com os nossos dinheiros sejam tornadas públicas antes de acontecerem e assim se mantenham após o concretizar dos negócios. manda a transparência que se façam concursos públicos para as obras públicas ou, porque a lei existe para ser flexibilizada, se façam convites directos a empresas "de confiança".

as obras públicas, aquisição de bens e serviços e processos de recrutamento e selecção de castelo de vide são publicadas no portal da contratação pública do norte alentejano, que pode ser encontrado aqui. nesse portal, os prazos funcionam como um semáforo: verde para processo aberto, amarelo para processo em apreciação e vermelho para processo fechado.

o processo que aqui vos trazemos hoje prende-se com a construção de mais um, indispensável, utilíssimo e inovador mini campo de futebol no parque 25 de abril, pela módica quantia de 10.200€. em tempos de crise, mais de dois mil contos para mais um campo de futebol pré fabricado, com paredes de madeira que, visto de cima, mais parecerá um caixote da fruta ampliado.
o processo está a amarelo no portal (em apreciação, portanto) mas já em fase de construção.
http://www.fg.com.pt/image.php?src=c:\phc2006\imagens\PS10264.JPG&width=301&height=167&quality=90
longe de vir aqui armado em bota abaixo, que é uma coisa que está tão na moda, atrevo-me a sugerir outro rumo para aquele espaço.
porque não uma sala de leitura ao ar livre?


12 comentários:

  1. Não sou um boto a baixo, quando muito identifico-me com a oposição ao actual executivo que tem também feito algumas obras de melhoramentos com sentido ou enquadramento.
    Mas sinceramente, neste caso concreto, encontro nesta obra uma autentica aberração, é um CAIXOTE SEM SENTIDO QUE DESFEIA AQUELE ESPAÇO PUBLICO RETIRANDO-LHE VALENCIAS FUTURAS.
    Ponho dúvidas na necessidade da obra, mas mesmo que tenha alguma razão de existir, porque não melhoraram o espaço já existente junto ao bar no Bairro da Bela Vista?
    Seria só colocar lá a relva sintética e pouco mais!
    Os balneários estariam em frente no campo de futebol ou no pavilhão gimnodesportivo, coisa que aqui não vai suceder.
    E tenho a certeza que não gastariam dinheiro mal gasto, mais gastariam menos de metade e não destruiriam espaço publico sem sentido.
    Mas o 25 de Abril é já amanhã, e há que mostrar obra e gastar dinheiro para que o POVO diga que se fazem coisas!.. e que está tudo muito bem.

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  2. Concordo!
    Subscrevo!
    Assino por baixo!
    Mas para quê outro campo de futebol? É que, para quem não tenha ainda percebido (e parece que são muitos e estão no topo) já existe o pavilhão coberto, o campo relvado, aquela coisa feia do bairro da Boavista, e agora outro...

    Gostei da comparação do amigue pêro boi a um caixote da fruta ampliado. Podemos propor uma instalação para o 25 de abril de 2010. Sempre se atacava noutra vertente... a da CULTURA (que os nossos neurónios também precisam de desporto!)
    Tenho mesmo pena que se sinta necessidade de estragar o que está feito e, sobretudo, de quem manda não perceber nada disto!
    Não há por aí alguém que saiba gerir um território?

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  3. Gastou o Município de Castelo de Vide 2 mil contos por um mini-campo de futebol? Desculpem lá, mas isso é "dado". Quanto custaria se fosse a CMCV a pagar na obra na íntegra?

    Considerando que esta foi uma estrutura financiada pela Federação Portuguesa de Futebol, pelo Instituto de Desporto de Portugal, através da Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, na minha opinião, seria estupidez não aproveitar!

    Penso que o equipamento se enquadra perfeitamente no jardim, onde existem vários equipamentos desportivos de utilização livre (ao contrário do pavilhão, piscina, campos de ténis ou estádio que têm utilização obedecendo a mercação e com horários). A ideia será os jovens poderem chegar e jogar à bola, sem dar satisfações a ninguém.

    Aproveito para referir que, para futebol de rua, o campo é um luxo (quem me dera ter apanhado uma coisa destas "no meu tempo"), mas para basket creio que não serve. As tabelas são, ali, inúteis.

    Com isto, não quer dizer que as pessoas não possam fazer do espaço público outras coisas, como leitura, etc. Tudo isto faz falta e são usos compatíveis.

    O.B.L.

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  4. E para a Póvoa não vai nada nada nada

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  5. Na póva vâ construí um num terrene du senhô Jesé Iduarde Fragose!

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  6. caro o.b.l.,

    dado seria grátis, dois mil contos não é de borla. mais, há-de dizer-nos como é que sabe que o equipamento foi financiado por essa gente toda que nós aqui na redacção não tivemos acesso a informação nenhuma nesse sentido (pelo menos que estivesse disponível online).
    para rematar (tão a propósito), se havia uma oportunidade de ouro de ganharmos mais um campo da bola, se o erário público abarrota de euros de modo que este gasto não lhe faça mossa, porque é que não puseram o dito no, já existente, espaço desportivo do pouso? porque é que é no meio da vila? porque é que é em 2009?

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  7. Caro pêro boi,

    Para informação da redação:

    http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Panfleto%20-%20Medida%204.pdf

    http://www.idesporto.pt/%5Cficheiros%5CFile%5CMedida4_CandidaturasAprovadas.pdf

    Dois mil contos não é grátis, concordo consigo. O erário público não anda a abarrotar, antes pelo contrário, ironias à parte.

    Na minha opinião, como afirmei, considerando que a QUASE totalidade do investimento estava à nossa disposição(castelovidenses) - caso contrário outro concelho aproveitaria, seguramente - volto a insistir que dois mil contos é dinheiro muito bem investido!

    Porque não no "espaço desportivo do Pouso"? É uma questão que deve perguntar a quem decidiu. Na minha opinião, condiderando o propósito do equipamento "estimular a prática desportiva informa e de proximidade" - pode-se ler no panfleto do IDP, creio que estará mais próximo de MUITO mais gente no local onde foi implatado que no Pouso, ou não? Acho que com a construção da variante à EN 246-1 também não me parece que seduza muito qualquer encarregado de educação a deixar uma criança ir brincar para esses lados.

    Porquê em 2009? Isto não começou neste ano mas, mais uma vez, pergunte-se aos responsáveis das diversas entidades envolvidas nesse programa.

    O.B.L.

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  8. caro o.b.l.,

    muito obrigado pela informação. o estagiário que faz as pesquisas e o fact checking para os redactores está prestes a acabar o seu tempo útil de estágio e você acabou de nos dar a desculpa perfeita para o não contratarmos findo este período.

    se o erário está assim tão mal, dois mil contos, ainda que alvo de comparticipação, podiam bem ser usados, sei lá, na rede esgotos, água canalizada ou electricidade que ainda não cobre o concelho todo.
    ou talvez, heresia total, na atribuição das ajudas aos estudantes que a câmara chumbou há uns meses.

    um campo de futebol, por mais barato que possa sair, não é nunca uma prioridade numa terra do tamanho da nossa tendo em conta a quantidade de equipamentos semelhantes que já existem. recuperem-se os que estão degradados e promova-se o seu uso.

    a variante, mais uma belíssima obra feita à revelia, não pode começar já a ser desculpa para tudo. se a quiser utilizar como desculpa, utilize-a como desculpa para a diminuição da qualidade de vida dos residentes e dos visitantes que passarão a ter, em vez da vista verde da serra de são paulo, uma passadeira de alcatrão para camiões a devassar a paisagem.
    se acha que os pais dos meninos não os deixam ir jogar à bola para o pouso por essa razão, acha que acharão melhor deixá-los jogar à bola num caixote desprotegido encaixado entre duas estradas numa diminuta faixa de terreno?

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  9. Caro pêro boi,

    Não tem agradecer, a informação é pública. Se é estagiário, está a aprender com que sabe, por isso não pode ser responsabilizado de uma forma drástica mas sim pedagógica. Não coloquem mais uma pessoa no desemprego!

    Em relação à matéria de facto, mantenho a minha opinião e ninguém se vai zangar por causa disso. Acho muito mais bem enquadrado num jardim público, em plena vila, um campo para as crianças brincarem que no Pouso. O dinheiro podia ser para outras coisas? Isso pode ir sempre e pode sempre haver quem discorde das diferentes opções. Eu dou-lhe um exemplo:

    Água e esgotos que não cobrem todo o concelho. Em princípio, não sou contra que se ofereçam as mesmas condições a todos os cidadãos. Mas não posso deixar de pensar no que isso implica. Porque razão vivemos em aglomerados? Porque há vantagens económicas em o fazermos, nomeadamente na partilha de recursos como a construção e manutenção de redes de água, esgoto, estradas, iluminação pública, etc., que, no fim de contas, todos pagamos. Se ainda há locais que não têm água ou saneamento básico (e volto a insistir que defendo que todos têm direito a usufruir dessas condições) é porque custaria um balúrdio! Se eu tenho uma casa longe de tudo, é justo que se gaste tanto como para 100 casas (este valor é hipotético, obviamente) na instalação dessas infra-estruturas e depois pago o mesmo que os outros ao final do mês?

    Em relação à variante à EN 246-1 ou das opções do poder central (Estradas de Portugal), estudos de impacto ambiental, ou poder local (Câmara Municipal) como não fui eleito, nem exerço ou exerci funções nestas instituições, não tenho que dar desculpas para fundamentar as minhas opiniões. Também eu acho um atentado fazer-se uma estrada em plena encosta da Serra de São Paulo.

    O.B.L.

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  10. caro o.b.l.,

    nós não temos estagiários, obviamente. não temos sequer formação que chegue para nós, quanto mais para dar a quem precisa. apesar de, analisada a situação actual da maioria das instituições do estado, isto não ser impedimento para a exploração tout court de jovens recém licenciados que, findo o tal período de 6, 9 ou 12 meses, são descartados e substituídos por outros na mesma situação.

    mantenho, como você faz, a minha opinião. um equipamento daqueles num parque público daquele formato é desadequado ao espaço e esteticamente desagradável.

    relativamente ao exemplo que dá dou-lhe, parcialmente, razão.

    já sobre a variante, é uma pena a falta de união da população castelovidense e a desinformação promovida pelas estruturas do poder local e central relativamente ao tema. borba vai subir a cidade, elvas acabou de instalar um sistema de microclimatização das ruas de comércio, portalegre rejuvenesceu com o polis, nisa está cada vez mais candidata a segunda povoação do distrito, no crato a obra aparece quer haja dinheiro ou não, em castelo de vide destrói-se o património natural.

    estamos então a concordar que discordamos e que concordamos, ma non troppo?

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  11. Caro pêro boi, estamos entendidos e continuamos este diálogo,

    Claro que percebi que a questão do estagiário era uma brincadeira e, por isso, decidi entrar nela. O que não é brincadeira é a precariedade laboral que, neste caso, os mais jovens sofrem: sejam os estagiários nas Câmaras, em muitos organismos públicos, e depois, claro, inúmeras empresas privadas. Somos um país em que há quem esteja relativamente seguro, na vida e depois trata mal os jovens. Depois admiram-se que se vá tudo embora de Castelo de Vide e/ou deste país.

    Se não tive problemas em, de certa forma dizer bem de uma obra feita, também devo lamentar algo que refere: em Castelo de Vide ninguém se entende, só se diz mal de tudo e de todos e, discussão construtiva e honesta = zero!

    Aí não nos podemos lamentar se vêm as Estradas de Portugal estragar o nosso património. O poder local deveria ter-se batido para, no mínimo, a população ser ouvida e ouvir a explicação, prós e contras de cada traçado (ou mesmo não se fazer nada)? Claro que sim. Então e os castelovidenses, porque nao o exigiram?

    "Eles" têm discussões estéreis nas Assembleias Municipais? É também porque nós deixamos!

    A culpa não é só "deles", é NOSSA!

    O.B.L.

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  12. caro o.b.l.,

    à falta de possibilidade ou apetência para a discussão pública em sede própria, muitas vezes por medo, justificado, de represálias também elas públicas, é que resolvemos criar este blogue. já que vivemos numa cultura de cafés enquanto espaço predilecto para a exposição dos nosso problemas, porque não encontrar o meio termo e registar por escrito as nossas opiniões, dando azo a serem recebidas por mais gente e pensadas por outros tantos, promovendo assim, também, a participação cívica que, concordo, está pelas ruas da amargura.

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