faz muita muita falta ou é mais um mamarracho?

é este o aspecto da escada que a regência vai mandar pregar à muralha da rua luís de camões para dar acesso às centenas de pessoas que todos os dias se deslocam para essa movimentadíssima artéria da vila.
alguém lhe perguntou se é seu desejo ver o cenário secular alterado com uma estrutura metálica que de uso há-de ter o que tiver mas de aspecto, de estética, parece uma escada de emergência, como quem diz, vamos lá abreviar o caminho de quem se quer ir daqui embora.
a ideia da vilazinha medieval não é percorrer as ruinhas e os becos, olhar para os pormenores das portas ogivais e para as flores do jardim, descobrir nuances paisagísticas dignas de serem imortalizadas em fotografia e ficar com vontade de voltar mais e mais vezes?
porque a conversa de café não serve para nada e o processo ainda está em aberto, escreva a quem manda e diga-lhe o que acha.
como em castelo de vide o pessoal ainda não é muito amigo da transparência, só há um email, geral, disponível no sítio da câmara para entrar em contacto com o elenco - cm.castvide@mail.telepac.pt















imagem retirada daqui

enregelado até aos artelhos - à atenção da comissão instaladora do cine-teatro mouzinho da silveira

quem foi hoje ao cinema ver uma história de amor enternecedora entre uma ruiva com ar de má e um tipo grande, na esperança de vir de lá com aquela sensação de quentinho ralaxado e positivo própria deste tipo de lamechisses veio de lá com a sensação de estar numa sala dos anos oitenta, quando havia aquele cinema sensorial, com cheiros e outras adições. nada mau, o pessoal até gosta da cena retro, e diz que os 80 hão-de ser sempre revivalizados porque tal como o plástico, a cultura pop é indestrutível.
no entanto, a experiência sensorial desta noite tinha muito pouco a ver com a fita em cartaz. era bem mais apropriada para a visualização d0 blockbuster da disney "a era do gelo".
estamos assim tão mal que não haja dinheiro para ligar o aquecedor? será que ninguém se apercebe que quando as pessoas começam a levar termos pró cinema as acoisas estão mal?
vá lá, aumentem o preço dos bilhetes 50 cêntimos para pagar o combustível que não há-de ser por isso que lá vai (ainda) menos gente.

A propósito de Eleições

Estando ainda a fresco da lufada de ar que a América e o seu mais recente presidente fizeram correr, quanto mais não seja, pelas televisões de todo o mundo, ao mesmo tempo que antevejo o que o presente ano trará consigo: eleições na Sociedade Recreativa 1º de Dezembro, eleições na Câmara Municipal, e passando-me pela lembrança as que foram atribuladas eleições na Santa Casa, uma dia destes dei comigo às 2h da manhã, a beber uns goles de wiskhy barato e a escrever a seguinte quadra:
Triste vila! Eu temo que me avives
Uma recessão defunta! Aos sôfregos que estejam distantes,
Que me enlutem, às ruas elegantes,
E me façam sorrir às montras dos ourives!

pregão

aqui na padeiria, acreditamos que a participação de todos é essencial para podermos, quem sabe, descobrir novos caminhos a percorrer na persecução do objectivo último que é a transformação de castelo de vide num sítio onde a beleza e calma da natureza não contrastem com a falta de qualidade de vida. queremos as coisas a combinar. se podemos ter tudo, porquê ter menos?

assim, convidamos todos a darem as suas opiniões e contribuições, seja via comentário ou por email. a identificação de cada um pode ser um anexim escolhido pelo próprio que não seja o seu nome real. assim, cada vez que alguém comenta ou escreve sabemos sempre quem é, apesar de não sabermos. porque o que nos interessa são as ideias, não a proveniência.
aquilo que aqui não queremos são comentários totalmente anónimos e gratuitos, com conteúdos semelhantes aos usuais num outro blogue associado à vila.

se querem ser malcriados, a vossa mãezinha que vos ature.

castelo de vide na colecção da biblioteca de arte da fundação calouste gulbenkian

http://farm4.static.flickr.com/3292/3024102831_f1e8823987.jpg?v=0
http://farm4.static.flickr.com/3279/3024932470_5fb5c19b85.jpg?v=0
http://farm4.static.flickr.com/3270/3024933162_2355869fe6.jpg?v=0
http://www.flickr.com/photos/biblarte/

Notícias da "Padeiria" mais conhecida do Alentejo:



"Avisa-se que ao Domingo, por razões de passeio e de Fé, irémes todes e todas a caminhe du Santuáriu de Nossa Senhora de Fátima. Aconselhasse a quem estiver interessade que passe aqui pa Padeiria du Senhô Joã Manel a confirmar presença nu autocarre. Mulheres e Homens, ambes poderã ir. O meu muito agradedimente."


Todas e quaisquer palavras, ainda que entre aspas, não foram proferidas pela pessoa em questão. Pensamos nós! Lembra-se que este Blog visa apenas uma crítica social à Vila.

P.S- No entanto, confirma-se a viagem ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima!!!

actualização: o notícias de castelo de vide lê a mari julha

Último Condenado à Morte


Há-de a Maria João Bastos fazer morrer o Dr. Luís Bernardo num domingo à noite na TVI, tirar mais dois cursos de representação num país que não o nosso (porque isto aqui não se aprende nada!), mudar de namorado tantas vezes quantas mudar o actor da novela que com ela divida o protagonismo de mais umas cinco novelas…
Há-de o Ivo Canelas comer a Soraia Chaves em mais um filme portuga…
Há-de o Albano Jerónimo mudar da RTP para a SIC…
Há-de o Nicolau Breyner ficar esclerozado …
E não havemos de ver o ÚLTIMO CONDENADO À MORTE!


Ai que trabalhinhos!

torre de menagem a meia haste

Década de 50 (?)

dia de santo amaro

A igreja de Santo Amaro (também conhecida por igreja da misericórdia), que segundo o site da câmara é uma verdadeira jóia única da pureza do barroco no Alto Alentejo, representa hoje em dia um perigo real para quem tem de viver ali à volta, tal é o risco de derrocada. A era Tapadejo na provedoria da Santa Casa esqueceu este imóvel, deixando-o largos anos em total abandono. A única excepção foi um capricho do regedor mirim que resolveu "transplantar" a fonte da sacristia para o muro do parque João José da Luz, vulgo jardim grande. Foi este acto decidido unilateralmente, baseado nos seus académicos conhecimentos científicos de harmonia urbana (que também já nos deram pérolas como, por exemplo, a soft music à moda do pingo doce que sai daqueles pilaretes na praça D. Pedro V).

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fotos daqui

Santo Amaro é um santo que viveu no século VI, nasceu em Roma de família senatorial, Amaro foi entregue aos cuidados de S. Bento, quando tinha apenas doze anos. Correspondeu tão bem à afeição e à solicitude do mestre, que foi em breve proposto como modelo aos outros religiosos. S. Gregório exoutou-o por se ter distinguido no amor da oração e do silêncio, e conta que, a exemplo de S. Pedro, foi recompensado da sua obediência caminhado sobre as águas. Foi o caso de um jovem chamado Plácido cair no açude de Subiano. S. Bento soube-o por revelação e, chamando Amaro, disse-lhe: “Irmão Amaro, vai depressa procurar Plácido, que está prestes a afogar-se”. Munido com a benção do mestre, o discípulo correu sobre a água a socorrer Plácido, a quem agarrou pelos cabelos e trouxe para a margem, não se apercebendo sequer Amaro de ter saído da terra firme. Quando deu pelo milagre, atribuiu-o aos méritos de S. Bento.
O curso da sua vida religiosa não desmentiu as promessas. Amaro cumpria tão bem o ideal monástico que todos passaram a considerar nele o perfeito herdeiro espíritual de S. Bento, o sucessor eventual dele. Segundo uma tradição, foi Amaro quem ficou a substituir S. Bento quando este se transferiu para Monte Cassino (Italia). E é-lhe aí atribuida ainda a implatação do instituto beneditino nas Gálias. Parece que veio a falecer pelo ano de 584.

texto daqui

roteiro de Castelo de Vide segundo a CP

A Sintra do Alentejo

Propomos uma viagem pelas planícies do norte alentejano com destino à admirável vila medieval de Castelo de Vide. A Linha do Leste liga a estação de Abrantes à estação de Elvas, mas terá de sair antes, na estação de Torre das Vargens. Aqui, apanha-se o Ramal de Cáceres que faz a ligação a Castelo de Vide.

Observe pela janela a paisagem de contrastes do Parque Natural da Serra de São Mamede, povoado por carvalhais, sobreiros, azinheiras e oliveiras. No flanco da colina encontra-se Castelo de Vide, a “Sintra do Alentejo”.

Ao começar o passeio por esta atmosfera medieval, a primeira surpresa é o castelo envolvido pelo casario branco que se destaca na paisagem verde. Mas a maior surpresa esconde-se dentro da vila.

Entre pela porta da vila, erguida em 1327, para este lugar de doce nostalgia. Descubra os vários monumentos do passado, os vestígios arqueológicos e as vielas encantadoras deste conjunto classificado como Monumento Nacional.

Passeie ao acaso por uma das mais bem preservadas judiarias do país, por entre ruas e ruelas estreitas, sinuosas, inclinadas e de calçada irregular. Desfrute das calçadas floridas das ruas da Fonte, do Mercado, do Arçario, do Mestre Jorge e da Rua Nova.

As casas caiadas são ornamentadas por bonitas portas medievais com pequenos postigos, que se encontram pelas ruas da Fortaleza e do Arrabalde. A maioria dos arcos em ogiva datam do século XIV e XV.

No número 15 da Rua de Santo Amaro situa-se a casa onde, a 1 de Julho de 1944, nasceu Salgueiro Maia, um dos homens que mais contribuiu para a queda da ditadura em Portugal.

Na Praça D. Pedro V alinham-se edifícios com espectaculares frontarias de granito, no centro encontra-se a estátua do monarca que dá nome à praça. Foi D. Pedro V que ao visitar Castelo de Vide, a 7 de Outubro de 1861, apelidou a vila de “Sintra do Alentejo”.

Na mesma praça, no extremo Oeste, encontra-se a Igreja Matriz de Santa Maria da Devesa, datada de 1873, e considerada um dos maiores templos do Alentejo.

Foi em 1327, com a conclusão do castelo, que Vide passou a denominar-se Castelo de Vide.

A Fonte da Mealhada situa-se junto ao Parque 25 de Abril, tendo como cenário de fundo a Serra de S. Paulo. Das quatro bicas jorra a famosa água de Castelo de Vide, e reza a história que quem beber desta fonte, volta aqui para casar.

Ao entardecer, antes de partir, despeça-se da magia deste admirável lugar.

http://www.cp.pt/StaticFiles/Imagens/Fotografias/Passageiros/Viajar%20em%20Portugal/foto_reportagens/2009/sintra_do_alentejo/12_g.jpg
foto daqui

Cafétérias et Autres Choses de la Ville



Dando a volta à coxia…

Começo pelo Bar da Vila onde toda a vila entra e a simpatia para receber é pouca!
Segue-se o Sol Nascente, idolatrado pelos portalegrenses mas que os castelovidenses há muito esqueceram!
Mais à direita o Flamingo de gerência mudado e de limpezas arejado!
Ao cantinho o italiano deu lugar aos Doces e Companhia e se não fosse o terraço eu cá lá não ia!
Só já no Largo do Capitão Salgueiro Maia é que encontro a antiga Tasca do Ventura e actual Tasca da Maria!
Fazendo um desvio à coxia, depois de tentar sair da Cova Funda, bebo um bagaço do Galo Dourado e uma mini na pequena pastelaria. Porra! Que dura realidade a da rua de Santa Maria que nem ganas me dá de ir ao Benfica!
Meto-me na curva apertada, e tento entrar no Goivo para ir buscar o almoço.
O Sporting fica lá muito em cima e se não for já com os copos não arranjo alancos para subir a maldita rua, aaaaa não ser que me fique pelo Pisco!
O Tónho do Café Central agora tem lá Gambas cozidas, grelhadas e amêijoas à bulhão pato, mas eu não sou granfino é melhor ficar quieto, ainda assim não se tenham já acabado!
O Cantinho, coitadinho…
O Rogério, não é mau rapazinho mas ê nã sô maluque e fico à porta com o gatinho!
O Xalana é um men à maneira, o pior é q não há lugar e pa ir lá tenho que lhe estacionar à porta!
O Daniéle hoje ‘tá fechado, disse-me a Mari Jullha que foi de Excreçã!
Ali na Sintra do Alentejo, também não me apetece, já há muito que lá não entro!
Só se for ao São João mas ‘tão lá a frota toda do Severine…eeeh!
Desgostoso vou-me embora. Deixa! Paro no Martinho! Oh a bófia ‘tá a mandar parar, ai cum ca... já estou lixadinho!

divulgação

por tierras rayanas

O projecto "por terras raianas", apresenta-se com um programa de colaboração entre doze cidades históricas da raia luso-espanhola, para a valorização do circuito turístico sobre cidades historico-artísticas da raia alentejana-estremenha, no marco da Iniciativa Comunitária INTERREG III A.
http://www.porterrasraianas.com/

há dois resultados visíveis deste programa de colaboração.
um sítio na internet com ar de ter sido feito pelos estagiários de um curso do centro de formação profissional com um link para os sítios das respectivas autarquias que participam no programa e este vídeo no youtube.
parece que estamos em 1985 quando ainda havia casas onde para mudar de canal se tinha de mudar a ficha na tomada. tentem não adormecer nos primeiros dois minutos que depois é que aparecem as gajas nuas.
reparem no estado de conservação das paredes do castelo.
reparem no atractivo que é uma data de calhaus em forma de lavatório cercados por erva daninha por todos os lados. aquilo é o quê? uma necrópole? ah, sim claro que sabia que era uma necrópole. eu quando vejo calhaus no meio do mato digo sempre "que grande necrópole que ali está!",
reparem na vida que as ruas completamente vazias transmitem.
a voz off, de um espanhol fumador de ducados, parece saída de um filmezinho série b e a cor é, no mínimo, pasmacenta.
este vídeo foi feito há um ano.
é assim que se aproveitam os fundos comunitários em castelo de vide.

cultura urbana em castelo de vide

Parkour (por vezes abreviado como PK) ou l'art du déplacement (em português: arte do deslocamento) é uma atividade com o princípio de se mover de um ponto para outro da maneira mais rápida e eficiente possível, usando principalmente as habilidades do corpo humano. Criado para ajudar alguém a superar obstáculos que poderão ser qualquer coisa no ambiente circundante — desde ramo de árvores e pedras até grades e paredes de concreto — e pode ser praticado em ambas áreas rurais e urbanas. Homens que praticam parkour são reconhecidos como Traceur e mulheres como Traceuses.

O Le Parkour foi fundado pelo francês David Belle.


apontamento cultural

O rancho folclórico de Nossa Senhora d'Alegria de Castelo de Vide foi fundado em 1966. É membro fundador da Federação Portuguesa de Folclore e tem um currículo para lá de invejável. A bem ou mal, é a única instituição local que, consciente ou inconscientemente, continua a preservar viva a memória dos tempos em que a vila era mesmo uma terra de lavradores.
http://ranchofolcloricodecv.no.sapo.pt/images/castelo.jpg
http://ranchofolcloricodecv.no.sapo.pt/images/pretoebranco1.jpg
http://ranchofolcloricodecv.no.sapo.pt/images/grupo1.jpghttp://ranchofolcloricodecv.no.sapo.pt/images/actuacao.jpg
fotos daqui



Castelo de Vide encanta e seduz

Senhora da Penha, Senhora da luz

Castelo de Vide, Castelo Feudal

Do meu Alentejo, do meu Portugal


Encovadas existências, duras realidades, que na Padeiria da Mari Julha não há tempo para falar!



Foto retirada da Internet, do famoso site de amizades HI5

expositores para o museu da sinagoga já estão encomendados

A empresa demetro a metro do Feijó, que a câmara de Castelo de Vide escolheu, por adjudicação directa, para fornecer, montar e executar grafismos expositivos com respectivas estruturas de fixação, vitrines e outros equipamentos para o Museu da Sinagoga de Castelo de Vide acha que a palavra ideias leva acento na letra e mas como já montou no estrangeiro não faz mal.

"requalificação" da carreira de cima

boa, má, assim assim?






recorte de imagem tirada daqui

Bispo regressa a Castelo de Vide...consta-se...

Êlha estiverem à pôque aqui a dizê que vã mandá vir o Senhô Bispe pa quande forem as próximas ileições da câmera!!! Diz que é pa dar sorte!!!
Pôs!! É que o Senhô foi convidade quande inágurarem a igreja toda arranjiiinha. As senhoras da Igrêja lá andarem com muite trabalhe a prepará os altares e o Senhô Cónegue Tárcise com muite goste o convidô a vir ver o dinheire q andárim a gastar na Casa du Senhor.
Agora na tumada de posse du Senhô Fernandes Soares (u homim nim sabe nu que se vai meter coitade!!) o Senhô Bispe também foi convidade….pôs tá clare que também há-de vir às ileições! A senhô dôtôra Ana Júlia Magre (ai ê! Já nã é Magre!!…é que ê nã me habituê..) também u há-de convidá!
Iste foi o que dissérim aí, ê até tava de costas a metê umas pumbinhas num saque e nã vi bem quem é que disse!!!

castel da vide

Perde-se nas brumas do tempo e das lendas a razão pela qual foi criada uma praça-forte neste local. Esta dúvida que só a arqueologia poderá esclarecer com segurança, estaria possivelmente relacionada com a morfologia dos solos que juntamente com factores de estratégia de ordem territorial, uma vez que era necessário consolidar as recém conquistadas terras, levaram a que se fixasse um espaço defensivo e criar condições para possivelmente existentes e novas populações.

Sabe-se por Rui de Pina que em 1299 Castelo de Vide era ainda "lugar etã maís chão q forte" ainda que desde essa data seja apelidado de "Castel da Vide" e que Afonso Sanches, filho de D. Afonso III, iniciou obras de reconstrução das muralhas que foram continuadas pelo seu irmão, D. Dinis , ficando finalmente concluídas no reinado de D. Afonso IV.

Estes melhoramentos dotavam esta praça de melhores condições defensivas alargando a cintura de muralhas, abrangendo o poço inicialmente de fora protegendo a sua entrada que era feita pelo interior do burgo. Uma linha de novas muralhas englobou a cidadela e o aglomerado populacional que já se havia estabelecido fora dela. Foi construída uma importante torre de menagem, periférica e saliente relativamente aos muros, para melhor defender o lado Sul, de mais fácil acesso e ataque. Todos estes reforços no sistema defensivo são indicativos da crescente importância que Castelo de Vide representava em termos estratégicos, tendo o s seus muros experimentado as máquinas de guerra e os assédios durante os conflitos com Castela, em que o nosso país foi fértil durante a Idade Média, como na manutenção municipalidade, adquirida em 1276 quando Castelo de Vide se libertou do termo de Marvão para formar o seu próprio concelho.

desenho duarte armas

desenho duarte armas

Lentamente ocorre a expansão urbana fora das muralhas do castelo, ainda durante o século XIV. As condições da encosta Sul, com boa exposição solar e um declive mais suave, em detrimento das vertentes Norte e Oeste, mais escarpadas e ventosas, determinaram a expansão deste arrabalde. A fundação de várias igrejas e ermidas extramuros estabeleceram com o castelo eixos preferenciais de estruturação da paisagem. Assim aconteceu com o eixo de comunicação que desde a entrada do castelo procurou encosta abaixo a ermida de Santa Maria, fundada em 1311 no local da actual Matriz. Este eixo foi certamente uma das mais antigas vias de expansão, estabelecendo ainda a separação entre as duas vertentes da encosta e também entre o outro arrabalde onde a nascente, a fonte de água, já utilizada pelos habitantes do burgo em tempo de paz, determinou a expansão urbana para esta vertente, compensando assim, os declives mais acentuados e a exposição solar menos privilegiada. Não se sabe ao certo se um dos arrabaldes terá surgido primeiro que o outro, mas o mais provável será terem-se desenvolvido na mesma época vindo este a ser paulatinamente utilizado pelos judeus que de Castela e Aragão procuravam refúgio após a sua expulsão do reino vizinho. Muitos se terão estabelecido em Castelo de Vide por estar próxima da fronteira e da portagem de Marvão, fazendo aumentar a comunidade judaica aqui existente e certamente contribuindo para o desenvolvimento que iria caracterizar a Vila.

É possível ter uma ideia, ainda que um pouco falível, do desenvolvimento urbano que a vila apresentava até ao século XVI pelos desenhos de Duarte d' Armas, as mais antigas representações que se conhecem da vila, onde se pode verificar que no primeiro quartel do século XVI, ambas as vertentes da encosta se encontravam construídas.

A população dedicava-se à agricultura, cultivando a vinha, o linho, a oliveira, frutas e cereais e também à criação de gado. Também a indústria da moagem aqui se desenvolveu, com várias azenhas a funcionar ao longo das ribeiras de Vide e de Nisa, assim como a indústria da fiação de lã, tendo como suporte os gados que eram criados no termo da Vila. A partir dos finais do século XV, princípios do XVI, a fiação da lã adquiriu uma tal importância, que já anteriormente a D. João III (1521-1557), era um dos principais mesteres de Castelo de Vide e os seus habitantes passaram a ser apelidados de "Cardadores," Os 885 vizinhos que possuía em 1527 subiram para 1400 em 1572, e para 1600 em 1603. Na base deste surto populacional esteve o incremento da produção agrícola, da tecelagem e do comércio com Espanha.


O foral novo (D. Manuel, 1512) determina as normas sob as quais a vila deveria ser administrada. Não apenas novas leis são estabelecidas como também a administração dos espaços públicos e a organização dos respectivos limites. É neste momento que a instalação do mercado na grande praça (Rossio) foi regulamentada. Esta área, uma vez integrada no tecido urbano, cedo adquiriu o estatuto da praça principal que manteve até aos nossos dias, determinando as referências para o desenvolvimento dos novos bairros.

O sistema de ruas paralelas que cresceram na encosta de São Roque a partir dos finais do século XVI, prova com clara evidência esta relação com o "Rossio" e os sinais de um esquema preconcebido.

Apesar dos frequentes conflitos com Espanha, nos princípios do século XVI, a vila não viu as suas fortificações serem ampliadas. A fortaleza medieval assegurou até bastante tarde a protecção e a defesa do território adjacente.

Contudo, o conflito que se seguiu aos 80 anos de domínio espanhol (de 1580 a 1640) trouxe de novo a necessidade de novas muralhas. Os trabalhos da fortificação de Castelo de Vide fizeram parte de uma campanha global de visava a renovação da totalidade da linha de fronteira.

A guerra com Espanha durante 28 anos (de 1640 a 1668), foi tempo suficiente para a organização de uma operação efectiva conjunta do governo, do exército e com o precioso conhecimento de diversos engenheiros militares que introduziram as inovações da arte de fortificar francesa e inglesa.

1641 foi o ano do início de uma longa campanha de trabalhos em Castelo de Vide, no entanto, só após uma década decorrida a linha fortificada por bastiões começou a ter forma, repondo uma frágil barreira de paliçadas que, em muitos pontos, constituía a única forma de defesa.

A realização destes trabalhos, nos princípios do século XVIII, teve como consequência, a partir de então, uma forte restrição da expansão urbana da vila. O tecido urbano foi crescendo gradualmente preenchendo o centro com casas senhoriais que foram construídas pela aristocracia e nobreza.

Além da longa linha de muralhas abaluartadas, os trabalhos incluíram o envolvimento da antiga fortaleza medieval com uma linha de baluartes e revelins, a construção de uma outra fortaleza (1705) na colina de São Roque e a adaptação da antiga cidadela às exigências da artilharia e aos novos sistemas defensivos.

De 1704 a 1708 outro conflito com Espanha infringiu diversas destruições na região. Em Castelo de Vide a fortificação serviu novamente os seus desígnios, no entanto, muitas partes ficaram bastante destruídas, em particular a torre de menagem medieval que ficou muito arruinada.

Em 1710, sendo governador da praça militar Manuel de Azevedo Fortes, uma outra linha abaluartada foi terminada com vista à protecção do Convento de São Francisco, de duas igrejas e de um pequeno bairro que ficou exterior aquando da primeira fortificação.

Durante o século XVIII a vila sofreu um desenvolvimento urbanístico lento, com a maior parte das construções a tornarem-se compactas uma vez que, eram constrangidas no interior das muralhas. O número das residências e o conjunto da população atingiu o seu máximo no fim do século (1700 fogos com 7000 habitantes).

Embora não ocorram novas obras de conservação nas muralhas a partir do século XVIII, Castelo de Vide continuou até meados do século XIX com a imagem inalterada, passando por um período de declínio das industrias de tecelagem (em parte devido à criação das manufacturas em Portalegre), com as ocupações militares e consequentes destruições espanholas e francesas e a guerra civil, tendo tido um papel activo na nossa história militar, erguendo-se contra os franceses e participando nas lutas civis que avassalaram Portugal durante o século XIX

Quando, em 1823, a guarnição militar saiu definitivamente de Castelo de Vide, os baluartes e muralhas foram abandonados ou vendidos a proprietários privados.

Em 1836 é suprimido o município de Póvoa e Meadas que passa a estar integrado no de Castelo de Vide.

arco da aramenha

A situação foi invertida quando alguns factores de progresso produziram novamente um impulso no desenvolvimento, algumas vezes a custo de destruição de elementos com valor como é o caso de em 1852 justificaram, a demolição de um imponente arco romano da Aramenha, o qual tinha sido trazido do concelho vizinho de Marvão e reconstruído para ser a principal entrada forte do séc. XVIII no perímetro fortificado. Algumas obras públicas, que passaram pela construção das novas estradas para Marvão, em 1878, para a estação do caminho de ferro que ligava Lisboa a Madrid e a que fazia a circunvalação à Vila e que passava pela Quinta do Prado onde eram aplicadas novas tecnologias na agricultura e no fabrico de "champanhe" por parte da família Le Coq.


Um novo período de ascensão económica e social começa a perceber-se em meio do século XX, com um aumento do turismo nesta região tendo por base as águas minerais abundantes e diversificadas das várias nascentes que traziam os forasteiros a esta Vila, bem como a posterior engarrafamento e comercialização da água proveniente da Fonte da Mealhada. Pela primeira vez desde o meio do século XVIII cresce o tecido habitacional com a construção de vários bairros extramuros.

O casario branco, as inúmeras fontes, os solares oitocentistas, os portais góticos, as 12 igrejas (das 31 existentes no Concelho), os parques e jardins, os recantos pitorescos de construções de arquitectura modesta mas sóbria, a Judiaria, o Canto da Aldeia... são alguns dos singulares valores que tornaram a Notável Vila de Castelo de Vide conhecida mundialmente, sendo hoje o Turismo o sector principal do seu desenvolvimento social e económico.

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Secção de Arqueologia da Câmara Municipal de Castelo de Vide
José Bica - Julho de 2003


in_câmara municipal de castelo de vide