generation gap

se o 25 de abril fez bem ao país, a falta de preparação da geração que iniciou a sua vida adulta com o pós revolução poderá ter deitado tudo a perder. a geração seguinte, os filhos de abril, a chamada geração rasca, a quem foram prometidos mundos e fundos infundados pela virtual noção que a liberdade é um dado adquirido e sem custos não tem, por falta de competências parentais dos progenitores, filtro nem medida no que toca a dar vazão às pulsões típicas do fim de uma adolescência gasta em copos e charros, com a passagem para a idade adulta já ali e a falta de perspectivas de futuro resultado da total falta de governo da corja de políticos corruptos que se alimenta dos nossos impostos.

a política é, por definição, a ciência que refina a arte da obtenção de poder. não tem nada a ver com a vontade altruísta de dar o seu melhor para melhorar a qualidade de vida dos seus congéneres. político, hoje em dia, é um tipo que sabe falar, aparecer, acenar e sorrir e meter ao bolso o máximo possível, tendo como principal objectivo a manutenção do tacho.
os políticos, como temos visto de há uns anos para cá com a universidade do psd, reproduzem-se em salas de aulas. o exemplo dos putos do psd, que chegam à vila e tratam tudo como lixo e as pessoas igual, foi este fim de semana fotocopiado pelos queques do partido popular. um partido de direita, católico e conservador, está a gerar protoadultos brutos, burros e mal formados.
mas isso é sintomático da sociedade em que vivemos, em que os valores são transmitidos pela internet e a popularidade é a meta a alcançar, por que meios seja necessário. os pais não têm tempo e não querem nem ouvir falar de educação. é para isso que serve a escola. nada mais errado.

e é assim que chegamos ao vandalismo deste fim de semana.
os queques beberam uns copos a mais e resolveram partir tudo. afinal, são a fina flor de um partido onde a hipocrisia e o cinismo começam no topo e há que seguir o exemplo do líder.
mais, estão numa terriola qualquer perdida na fronteira com espanha, quem é que se vai importar que se parta tudo? quem é que vai saber? repararam como não houve notícias nacionais sobre o incidente?
quer queiramos quer não, os queques do pp não passam de miúdos mal formados, como a generalidade dos jovens deste país.
daí até, como diz a presidente da concelhia política do partido socialista de castelo de vide cecília oliveira (que já se deve ter esquecido da sua mocidade), isto ser um "verdadeiro acto de intolerância política e a uma semana de se assinalarem 35 anos do 25 de Abril, é de lamentar que ainda existam cidadãos portugueses que não conheçam o verdadeiro sentido da democracia e da liberdade conquistada" vai uma grande distância.

é verdade que é triste que os jovens não conheçam o verdadeiro sentido da democracia e da liberdade conquistada mas a verdade é que a maioria ainda não era nascida nessa altura e nunca ninguém lhes ensinou.
o que é realmente triste é que, numa altura em que a democracia está em crise, haja partidos políticos que fazem aproveitamento político de casos destes, como o partido socialista de castelo de vide está a fazer. o partido socialista acabou de inviabilizar uma candidatura do partido popular ao município ao invés de a acolher, dentro do espirito da salutar discussão de ideias e contribuições de todos que é, afinal, uma possível definição de democracia.

não devia ser com golpes baixos que se ganham eleições. devia ser com programas eleitorais credíveis e ideias inovadoras e sustentadas.