Há muito que esta via férrea passou a ser insignificante em termos do transporte de passageiros. Contudo o movimento de mercadorias continua a ser ali bem visível. Mas com a requalificação agora anunciada para a Linha do Leste teme-se que o Ramal de Cáceres deixe de fazer sentido, estando pois em perigo o seu futuro.
Ao que sabemos, neste Ramal ainda passam comboios em virtude do volume de mercadorias entre os dois Países Ibéricos, no eixo Lisboa - Madrid, ter bastante procura. E dadas as limitações existentes na actual via férrea, entre Torre das Vargens e Elvas, então a opção é que uma parte significativa de comboios de mercadorias seja desviada para Beirã / Marvão, e daí até Cáceres, dadas as melhores condições de segurança e rapidez que este Ramal ainda oferece.
Mas com a anunciada reabilitação a ser feita em breve na via Abrantes - Elvas, nada de bom se augura para o Ramal de Cáceres, podendo mesmo esta ser uma machadada final no que concerne ao seu já de si nublado futuro. Ainda para mais com a prevista construção da Plataforma Logística de Elvas - Badajoz, assim como a vinda do TGV, as vantagens da histórica linha que passa por Castelo de Vide ainda ficam mais reduzidas.´
Entretanto, o aproveitamento turístico do Ramal de Cáceres não passou de uma miragem e de muita tinta, o que agora vai piorar em muito as tentativas de manter operacional esta via férrea. Antes que seja tarde, é obrigatório que os responsáveis do Nordeste Alentejano e os irmãos espanhóis unem esforços e vontades no sentido de que o eixo ferroviário entre Torre das Vargens e Cáceres não seja banido do mapa.
Reabilitação do eixo ferroviário entre Abrantes e Elvas
Segundo notícias avançadas no último fim-de-semana de Setembro, a Refer prepara-se para reabilitar o troço entre Abrantes e Elvas, na Linha do Leste. Serão abrangidos 140 quilómetros, num investimento que ronda os 48 milhões de Euros.
Para a empresa que gere a rede ferroviária nacional as intervenções vão-se estender até 2013 e vão centrar-se na beneficiação generalizada da superestrutura de via, adequação dos layouts das estações, ajustando-os às necessidades do tráfego de mercadorias. Serão ainda levadas em conta aspectos relativos à segurança com a automatização e requalificação das passagens de nível.
As primeiras estações a ser intervencionadas serão as de Torre das Vargens, Portalegre e Santa Eulália, num programa de investimentos que tem em conta a importância da linha no tráfego de mercadorias com Espanha.
Saliente-se que a Linha do Leste conta com carris antigos e travessas de madeira, o que não permite aos comboios circular a mais de 80 quilómetros / hora e, nalguns troços, nem podem ultrapassar os 40 quilómetros pela fragilidade da via não suportar os vagões mais pesados.
Numa altura em que tanto se fala do TGV Lisboa - Badajoz assim como do novo eixo ferroviário que ligará Sines a Elvas, tal não impediu a Refer de apostar na renovação da Linha do Leste. Isto deve-se, sobretudo, a um grande acréscimo do tráfego de mercadorias que se tem registado nos últimos anos e que nem a crise actual limitou.
Foi a 24 de Setembro de 1863 que o comboio chegou pela primeira vez a Elvas e à fronteira com Badajoz.
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