comédia

não me consigo lembrar há quanto tempo temos aquela escultura na praça dom pedro v. tenho a vaga ideia que chegou com uma exposição temporária há já bastante tempo e foi ficando. não se sabe da intenção do autor de oferecer a obra à vila, por isso ou está esquecida ou ainda vamos ter de a pagar.
segundo o sítio web do autor, santos lopes, a exposição na praça d. pedro v em castelo de vide foi no ano de 2005 (a foto abaixo é do sítio do artista).
por estas alturas pagámos-lhe uma soma bastante jeitosa para fazer o busto do revolucionário local que hoje se encontra no parque 25 de abril. falou-se em 25.000€, não tendo o real valor sido amplamente (ou minimamente) divulgado.
volvidos 4 anos, em ano de eleições, vamos começar a pagar favores. a estátua da carreira de baixo vai agora ser comprada por todos nós, para nosso gáudio diário, pelo preço base de 22.000€.
assim o reza o portal da contratação pública do norte alentejano, aqui, e segundo o documento reproduzido abaixo.



mais uma vez, percebe-se a continuada tendência de trabalhar em cima do joelho, sem um plano de acção definido e por troca de influências e favores.
é quase sinistro ter uma autarquia que compra arte pública sem um programa de instalação pormenorizado, assente em decisões informadas providenciadas por consultores especializados e num plano de marketing que sustente a disseminação destas obras, fazendo-as render a longo prazo. irão os 22.000€ valorizar-se ao longo dos anos? há previsão de ser constituída uma equipa de trabalho que se ocupe da manutenção deste investimento ou vai ter o mesmo destino que a instalação do penedo monteiro?
não ter noção do caminho, mas caminhar na mesma só é bem aceite nos círculos religiosos, em que a fé dita o destino e nada há a fazer para o alterar. este caso, infelizmente, é apenas mais um para o dossiê de governação pueril do nosso vice presidente.
para termos presente a falta de noção basta ver, por exemplo, esta notícia que dá conta da apresentação de uma nova valquíria da joana vasconcelos no vizinho concelho de nisa. a artista, particularmente ligada por laços familiares a castelo de vide, e portanto de extremo fácil acesso, podia perfeitamente ter sido aliciada a fazer este mesmo trabalho em castelo de vide. um trabalho, reprodução do executado na torre de belém, na ponte d. luis no porto ou mesmo na bienal de veneza, instalado na torre de menagem do castelo, teria sido uma importante alavanca para desbloquear o turismo cultural, um filão longe de ser explorado por cá.
mas passou a oportunidade, como tantas outras têm passado, e fazer isto agora não passaria de um rude golpe de imitação barata. como, aliás, parece que vai ser a feira medieval que a câmara está a negociar com a empresa vivarte. castelo de vide não é óbidos, nem santa maria da feira. nem queremos que seja.


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